Marina Silva propõe um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil. O que existe de concreto nas ideias da candidata do Partido Verde para a economia do país

...

...uma política de redução de IPI para veículos, como a que foi implantada pelo presidente Lula durante o auge da crise financeira internacional, é totalmente disparatada. Seu raciocínio é que não faz sentido usar como medida anticíclica um incentivo à compra de automóveis particulares quando o caos do trânsito nas cidades brasileiras é cada vez maior. "Por que não reduzir a carga tributária que incide sobre o salário do trabalhador e deixar que ele, com mais dinheiro no bolso, decida se quer gastar com carro, educação ou saúde?", diz Giannetti. O empresário Guilherme Leal, sócio-fundador da empresa de cosméticos Natura e o provável vice de Marina, critica outro aspecto da medida. "Obama está exigindo das montadoras melhorias de eficiência energética dos carros e Lula reduziu o IPI sem exigir nada", diz.

...

O que a senhora pretende fazer em relação ao sistema tributário?

A reforma tributária, assim como a trabalhista e a política, é, infelizmente, aquele consenso oco. Todo mundo diz que é prioridade, mas ninguém faz. Creio que três parâmetros devem nortear a discussão: oferecer competitividade à produção brasileira, estimular fortemente os processos produtivos sustentáveis - e onerar práticas que estão em desacordo com a sustentabilidade ambiental e social - e restabelecer o pacto federativo sobre novas
bases. Mas vários ajustes podem ser feitos independentemente de uma grande reforma, que pode demorar muito tempo para ser aprovada no Congresso.

Que ajustes seriam esses?

Isso é algo que ainda tem de ser pensado pela minha equipe. Aliás, não temos respostas para tudo, e acho que não precisamos ter. O Brasil não precisa de um gerente, mas de um líder, um estrategista. O presidente Fernando Henrique só conseconseguiu juntar bons economistas para fazer o Plano Real porque é um estrategista, não um gerente. O Lula só teve a clarividência de levar o Plano Real em frente e avançar com políticas sociais por ser um estrategista, não um gerente.

E quanto à reforma trabalhista?

Todo mundo concorda que é preciso rever a legislação, mas ninguém se dispõe a promover a mudança. Tenho claro que as alterações necessárias devem contemplar a necessidade de dar competitividade ao produto nacional, estimular a criação de empregos e, ao mesmo tempo, assegurar ao trabalhador que os benefícios conquistados em mais de 70 anos de luta sindical sejam preservados. Em razão disso, não há como dissociar essa discussão da que deve ser travada sobre a reforma tributária. Novamente, digo que é preciso criar um espaço político que busque o consenso ou que permita formar uma opinião hegemônica sobre os novos parâmetros que nortearão os contratos entre o capital e o trabalho.

...

O que fará em relação...

...Ao sistema tributário

Não acha possível uma grande reforma no curto prazo. Disse que pretende fazer alguns ajustes, mas ainda não sabe quais:

...À Legislação trabalhista

Pretende revisá-la para estimular a criação de empregos, mas diz que é preciso assegurar os direitos conquistados pelos trabalhadores e discutir a reforma com a sociedade.

...À previdência

Não fará mudanças. Acha que é possível equacionar o déficit ao incorporar à Previdência os jovens que estão no mercado informal de trabalho.

...


Por Ana Luiza Herzog | 11.05.2010 | 17h28

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Blog da BlueTax - Conteúdos Validados por Especialistas.

Join Blog da BlueTax - Conteúdos Validados por Especialistas

Comentários

This reply was deleted.