BRASÍLIA - Durante sabatina promovida ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, os três principais presidenciáveis -José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV)- comprometeram-se atender uma das mais antigas bandeiras de luta da entidade e do empresariado: a reforma tributária, alvo de várias tentativas encaminhadas ao Congresso Nacional, pelos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, desde a década passada. Apesar de Serra receber aplausos da plateia de empresários que acompanhavam o evento ao criticar a alta carga tributária do País, o presidente da CNI, deputado federal Armando Monteiro (PTB-PE), integrante da base aliada do governo, declarou que o discurso da pré-candidata do PV emocionou os empresários presentes. "Fazer um juízo de valor sobre o desempenho seria um pouco arriscado. Não houve um ganhador", comentou. A reforma tributária defendida pelos presidenciáveis é a principal prioridade das últimas agendas legislativas apresentadas, a cada início de ano legislativo pela CNI, para aumentar a competitividade do País. A última proposta em andamento, elaborada pelo deputado federal Sandro Mabel (PR-GO), nem sequer foi colocada em votação pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), por falta de consenso entre os líderes dos partidos. Dilma e Serra também criticaram a política de juros altos, a alta carga tributária e o baixo nível de investimento público em infraestrutura. Serra alfinetou a adversária ao apontar que Dilma ficou quase oito anos num governo que nada fez para resolver esses três problemas, principalmente a reforma tributária. Marina preferiu abordar temas de caráter mais social e criticou a gestão de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A pré-candidata petista chegou a classificar de caótico o sistema fiscal no Brasil, ao defender uma ampla reforma tributária. Dilma disse que a reforma tributária é essencial para garantir um desenvolvimento sustentável. "Assumo aqui um compromisso com essa reforma, que é essencial, a reforma das reformas. Sem ela, é difícil assegurar um crescimento sustentável." "Há uma sobreposição de legislações e de níveis de incidência de impostos, o que onera empresas e o governo. O ato de arrecadar fica caríssimo. A agenda da reforma, simplificando o sistema, eu tenho defendido. Acredito que seja o grande passo no sentido da competitividade", destacou Dilma, aos empresários. O pré-candidato do PSDB falou logo após a ex-ministra, e elevou o tom das críticas à adversária e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano afirmou que o governo do qual Dilma faz parte não soube resolver os problemas da reforma tributária. "Sai governo, entra governo, temos os maiores juros do mundo. O Brasil tem a maior carga tributária e taxa de juros dos países em desenvolvimento. Só para vocês terem ideia, o Bolsa Família gasta por ano menos de 1% do que pagamos em juros." A última presidenciável a discursar foi Marina Silva. Ela disse ser possível fazer uma reforma tributária no País, mas afirmou que essa tarefa não será fácil. "Não é fácil, tem 16 anos que essa questão entrou na agenda como sendo importante e estratégica. As pessoas assumem o compromisso com a reforma e, quando ganham, fazem a reforma do compromisso, e não a reforma que precisa ser feita." Para Marina as promessas feitas ontem pelos seus adversários com relação à reforma tributária, podem sofrer alterações se um dos dois vencer as eleições. Dilma firmou compromissos para colocar a economia brasileira entre as mais ricas do mundo e crescer de forma sustentada, garantindo a melhora de renda per capita - a CNI quer dobrá-la a cada 15 anos - e distribuição de renda de uma forma definitiva e permanente, eliminando a miséria. Também afirmou que a desoneração da folha de salários é fundamental. O pré-candidato tucano criticou o governo por problemas de infraestrutura do País, acusando a gestão de "loteamento público". "Falta planejamento, qualidade de gestão e falta capacidade para fazer sequenciamento dos investimentos segundo a ordem de prioridade. A taxa de investimento governamental do País é irrisória", declarou. Marina Silva atacou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vitrine da ex-ministra Dilma. "A infraestrutura no Brasil não deve ser negligenciada. O PAC não é um programa, é uma colagem de obras. Não é um programa pensando o crescimento do Brasil para 20, 30 ou 40 anos. Estamos voltando ao período das trevas, ao invés de avançarmos para o futuro", observou a candidata verde. Durante sabatina promovida ontem pela CNI, os presidenciáveis José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) prometeram atender uma das mais antigas reivindicações do setor: a reforma tributária. http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=14&id_noticia=328582
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