Ajuste deve corrigir distorções no país

Por Tatiana Lagôa

Depois de anunciar o "realismo tarifário" - com reajuste nas tarifas de energia
e nos preços dos combustíveis - e regras mais rígidas no abono salarial,
seguro-desemprego, pensão por morte e auxílio-doença, o governo sinaliza a sua
intenção de elevar impostos em breve. O que já foi batizado de "pacote de
maldades", segundo analistas, afetará a vida e o bolso dos brasileiros em 2015
com alta na inflação, menor crescimento econômico e possível elevação do
desemprego. E, mesmo assim, o mercado vê de forma positiva as mudanças, que
deverão corrigir distorções e abrir caminho para o desenvolvimento futuro do
país.

Ainda não foi anunciada formalmente a alta nos impostos mas o mercado aposta,
por exemplo, que haverá um retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico (Cide), incidente sobre os preços dos combustíveis. Extinta em 2012, a
cobrança deverá voltar e, como conseqüência, deixar a gasolina ainda mais cara
do que o esperado para este ano.

Um aumento da alíquota do Programa de Integração Social/Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre produtos importados e
alguns nacionais, ainda não revelados, também parece estar "no forno", prestes a
ser anunciado. Além disso, os cosméticos também devem passar por alta na
tributação. O próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já afirmou que o
Imposto de Renda (IR) cobrado dos pequenos prestadores de serviços deverá ser
alterado em breve. Todas as medidas, segundo ele, teriam como objetivo ajustar
as contas do governo, hoje desequilibradas.

"A política dos últimos quatro anos mostrou falhas. Houve baixo crescimento,
inflação no teto, recorde no déficit das contas, aumento da dívida pública. Ou
seja, todos os indicadores pioraram de modo que é necessário mudar o rumo. Por
isso, agora o governo vai adotar essa política de correção, principalmente do
deficit fiscal", afirma o economista e analista macroeconômico Alcides Leite.

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Mauro Rochlin concorda que as
mudanças são necessárias no momento e pontua alguns possíveis impactos na
economia. Um deles é uma alta na inflação, já que o combustível e alguns
produtos, que terão os impostos aumentados, deverão ficar mais caros. Outro
reflexo seria um crescimento econômico ainda menor do que o registrado em 2014.
E por último, há chances ainda de haver uma alta nas taxas de desemprego.

http://diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=ajuste_deve_corrigir_distorcoes_no_pais&id=147534

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